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Um olhar sobre a pesquisa FSB/BTG

Às vésperas do início oficial da campanha eleitoral, diversas pesquisas de intenção de voto serão divulgadas. O primeiro da série é o levantamento FSB/BTG, cujo trabalho de campo ocorreu entre os dias 12 e 14 de agosto.

Aos números. De com com a pesquisa, o ex-presidente Lula (PT) cresceu quatro pontos em relação ao levantamento anterior e passou a 45%, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve os 34%. Ciro Gomes (PDT) tem 8% e Simone Tebet (MDB), 2%. Meros figurantes, assim como os demais candidatos.

O dado mais interessante diz respeito à desistência do deputado André Janones (Avante), que até então tinha 2% das intenções de voto e anunciou apoio a Lula. Por ser um fenômeno nas redes sociais, aparentemente, esse apoio já se faz sentir no desempenho do petista.

Além disso, ao que tudo indica, os efeitos positivos da redução dos preços dos combustíveis na candidatura presidencial já ocorreram, enquanto o potencial impacto do aumento do Auxílio Brasil para R$ 600,00 ainda não chegou a alterar a intenção de voto, ainda mais quando se sabe que o auxílio e os demais “benefícios” vigorarão só até o final do ano. Apesar da necessidade, a insegurança instalada com o fim do benefício não pode ser desprezada. É importante registrar que o ciclo de pagamento começou no dia 9 e vai até o dia 22 e o campo da pesquisa foi realizado entre os dias 12 e 14.

Em termos de avaliação de governo, o movimento de melhora também arrefeceu, as oscilações foram dentro da margem de erro. Tanto a avaliação positiva (33%) quanto a negativa (44%) ficaram inalteradas. Note-se que o apoio à atual gestão é similar à intenção de voto em Bolsonaro.

Alguns cortes. Lula tem melhor desempenho entre o eleitorado feminino (49%) e na região Nordeste (64%). Já o titular do Planalto se sai melhor entre os homens (39%) e na região Sul do país (45%). Já um tema que tem se mostrado relevante no atual processo sucessório, a religião, também se faz presente. Entre os evangélicos, Bolsonaro receberia 49% dos votos, contra 30% do petista. Entre católicos, a situação se inverte - 50% a 31% para Lula.

O fato é que a disputa se dará exclusivamente entre Lula e Bolsonaro. Diante desse quadro, não há espaço para uma candidatura alternativa, restando aos demais presidenciáveis ir à campo em busca do aumento de suas bancadas na Câmara dos Deputados, fator determinante para que MDB, União e PDT entrem forte na disputa de espaço no próximo governo. As próximas pesquisas - DataFolha, Ipec (ex-Ibope), Ipespe e Genial/Quaest - confirmarão essa realidade.

André Pereira César

Cientista Político

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