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Um olhar sobre a mais recente pesquisa Genial/Quaest

Um olhar sobre a mais recente pesquisa Genial/QuaestForam divulgados os números da mais recente pesquisa Genial/Quaest, cujos trabalhos de campo ocorreram em todo o país entre 19 e 22 de outubro. Em linhas gerais, o resultado mostra um relevante destaque na imagem do governo.

. A aprovação ao trabalho do presidente Lula (PT) caiu de 60% em agosto para 54% agora. No sentido contrário, a desaprovação passou de 35% para 42%.

. Já a avaliação geral da atual administração teve queda no “positivo” (de 42% para 38%), enquanto a “negativa” passou de 24% para 29%. Nos dois quesitos parte da explicação pode estar no fato do presidente ter saído de cena por algumas semanas, em função da cirurgia no quadril. Alguns ruídos entre os aliados também têm sua contribuição para esse quadro.

. Na comparação com o governo de Jair Bolsonaro (PL), 47% consideram a atual gestão melhor, enquanto 38% avaliam como pior. A polarização segue viva e atuante, como se vê.

. Uma má notícia para o Planalto está na questão da percepção quanto aos rumos do país. Para 43% a direção é correta, enquanto 49% apontam direção errada. Números expressivos, sem dúvida.

. Sobre as notícias acerca da atual gestão, 34% percebem a predominância de fatos positivos, enquanto 36% enxergam mais eventos negativos. Mais um sinal da polarização em alta no país.

. Quanto ao noticiário mais recente, 90% dos entrevistados se recordam do conflito Israel/Hamas, seguido das enchentes na região Sul do Brasil (88%). No sentido inverso, apenas 29% acompanharam as discussões em torno do Marco Temporal - assunto complexo que não foi bem explorado pelas partes envolvidas.

. Com relação à economia, empate. 33% consideram que melhorou, 33% que está igual e 32% que piorou. Aqui, a atuação da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT/SP) – que tem mantido posição mais discreta nos últimos tempos –, é fundamental.

. Ainda sobre Haddad, 30% consideram sua atuação “regular”, enquanto há empate entre “positiva” “negativa” – 26% em ambos os casos.

. A agenda internacional de Lula é considerada excessiva para 55% dos entrevistados, enquanto 37% consideram-na adequada.

. A relação entre Planalto e o Congresso Nacional, em comparação com os anos Bolsonaro, é considerada mais fácil para 41% dos eleitores. Já 43% avaliam como mais difícil. De fato, as negociações projeto a projeto mostram os limites da agenda governista entre os parlamentares.

. Arthur Lira (PP/AL) e Rodrigo Pacheco (PSD/MG) têm avaliações similares. O presidente da Câmara dos Deputados tem desempenho “positivo” para 17% dos entrevistados, “regular” para 31% e “negativo” para 14%. Já o comandante do Senado Federal aparece com 19% de “positivo”, 27% de “regular” e 17% de “negativo”. Interessante observar como o trabalho de ambos é desconhecido para parcela expressiva da população – respectivamente, 39% e 37% não souberam responder a essa questão.

. O principal problema do Brasil é a economia (31%), seguido da corrupção (21%) e violência (10%). Os três temas retomam os índices históricos, passada a pandemia.

. A TV segue como a principal fonte de informação sobre política, com 40%. Depois aparecem as redes sociais (28%) e os sites, blogs e portais de notícias (15%).

. Em suma, o levantamento acende um sinal amarelo no Planalto. Sem respostas efetivas do governo, os números podem piorar. Perder a opinião pública seria o pior cenário para a atual administração, que já sofre com o avanço do Centrão no comando de estratégicas e importantes áreas do governo.

André Pereira César

Cientista Político

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