Avançam as negociações entre lideranças do PP e do União Brasil e a conclusão da federação entre os dois partidos começa a ganhar forma. Na Câmara dos Deputados, são 49 parlamentares do PP e 59 do União, totalizando 108 deputados. Um número impressionante.
Quais as consequências dessa movimentação? Em primeiro lugar, servirá para isolar inda mais o PL, até agora maior bancada, com 99 deputados. Também aumentará a pressão sobre o PT, partido do presidente da República. Avalia-se inclusive que a Codesvaf ficará sob controle do União, desagradando os petistas. Uma nova configuração política se desenhando no horizonte.
No entanto, algumas questões precisam ser resolvidas. Pernambuco é o caso mais complexo. Quatro líderes locais, três do União (Luciano Bivar, Mendonça Filho e Miguel Coelho) e um do PP (Dudu da Fonte) se degladiam para comandar o bloco no estado. Aqui, as conversas estão difíceis.
Cenário parecido ocorre na Bahia, onde ACM Neto (união Brasil) e Cacá Leão (PP) negociam um acordo para dividir o controle. Há sinais de entendimento, mas faltam ainda alguns detalhes.
No âmbito nacional, sob os auspícios do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), Bivar e o senador Ciro Nogueira (PP) deverão ficar à frente de suas legendas.
A federação, caso confirmada, será testada nas eleições municipais de 2024. O entendimento provisório estipula que prefeitos disputando reeleição terão prioridade na disputa. Será importante observar se interesses locais atrapalharão esses acordos.
Por fim, como se dará a relação entre a federação e o Planalto? Parte das duas agremiações deseja aderir ao governo, enquanto outros ficarão nas fileiras da oposição. Caso tenha habilidade política, o presidente Lula (PT) poderá até sair ganhando ao final do processo.
André Pereira César
Cientista Político