Semana sem lei  - Política - Hold

Semana sem lei 

A última semana da campanha eleitoral será tensa e intensa, e não somente no campo político. Economia e a cena internacional também marcarão presença.

No âmbito eleitoral, o assunto do momento, é claro, foi o ataque a tiros, do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB/RJ), a policiais federais que cumpriam mandado de prisão contra Jefferson por violação das medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal.

De imediato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou afastar sua imagem do até então aliado, sem sucesso. Pior, ao enviar o ministro da Justiça, Anderson Torres, para cuidar do caso, o titular do Planalto nitidamente tentou atuar em favor do réu. Apoiadores do presidente e mesmo aliados mais próximos manifestaram insatisfação com os movimentos, dentre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL) - a Polícia Federal está definitivamente dividida.

Ao longo da semana, as pesquisas indicarão o real impacto do ocorrido no domingo. No limite, Bolsonaro perderá o apoio de eleitores mais moderados, que não compactuam com a radical agenda de costumes do presidente. Tratou-se de um lamentável episódio de violência explícita, sem dúvida.

Importante ressaltar outro episódio de violência, desta vez no evento de campanha a favor da campanha do ex-presidente Lula no Rio Grande do Norte, com a presença da governadora reeleita Fátima Bezerra (PT). Tiros foram disparados contra a manifestação e a governadora teve que ser retirada às pressas.

No campo da economia, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) definirá a nova taxa básica de juros. No mercado, há a percepção de que a taxa (Selic) será mantida nos atuais 13,75%. A conferir.

Também será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) referente ao mês de outubro, assim como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Dados fundamentais para a tomada de decisões das autoridades e atenção redobrada no comitê de campanha de Bolsonaro. A depender dos números, o estrago poderá aumentar, ainda mais se for bem explorada pela candidatura Lula (PT).

No âmbito internacional, as atenções do mundo estarão voltadas em especial para o Reino Unido, que deverá ter um novo primeiro-ministro do Partido Conservador até o final da semana. Após a desistência de Boris Johnson, ganha força o nome do ex-ministro das Finanças, Rishi Sunaki, para substituir a demissionária Liz Truss. A semana promete.

O pano de fundo, sem dúvida, será a campanha eleitoral, em plena reta final. Bolsonaro e Lula concentrarão suas atividades na região Sudeste, com foco especial para Minas Gerais e São Paulo. A escolha do próximo presidente passa diretamente pelos dois maiores colégios eleitorais do país. Um fato já está definido - não importa o vencedor, o Brasil sairá absolutamente dividido das urnas.

André Pereira César
Cientista Político

Colaboração: Alvaro Maimoni – Consultor Jurídico

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