A partir de hoje e até o primeiro dia de abril estará em vigor a chamada “janela partidária”, na qual deputados federais e estaduais podem mudar de partido sem perderem seus mandatos. Trata-se de um período bastante aguardado pelo mundo político e que, além de mudar a configuração das legendas, impactará fortemente o processo eleitoral.
As conversas, é claro, já estavam em curso há tempos, e agora toda a dança de cadeiras será materializada. Ao final desse processo alguns partidos serão considerados vencedores, enquanto outros terão saldo negativo.
De imediato, sabe-se que o União Brasil, fruto da fusão entre o PSL e o DEM e hoje a maior bancada da Câmara dos Deputados (81 integrantes), perderá os parlamentares ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) - fala-se em cerca de trinta deputados que deixarão a agremiação, boa parte deles em direção ao PL, que por ora conta com 43 representantes.
Por sinal, a ministra da Agricultura e deputada licenciada Tereza Cristina já comunicou seu desligamento do União Brasil e filiação ao PP. Ela poderá disputar uma cadeira no Senado Federal ou, especula-se, ser vice na chapa do atual titular do Planalto.
O MDB, hoje com 34 deputados, fala em chegar a quarenta até o final do mês. O PSD de Gilberto Kassab igualmente calcula subir de 35 para quarenta parlamentares no início de abril.
À esquerda, PT e PSB, que negociam (com dificuldade, diga-se) o estabelecimento de uma federação partidária, não fazem cálculos, ao menos publicamente, sobre quantos deputados deverão ter em suas fileiras ao final da janela.
Por falar em federação partidária, as negociações em curso deverão ser paralisadas ao longo das próximas semanas. Passada a janela, as conversas serão retomadas. Cabe lembrar que o prazo final para esse novo modelo de união entre dois ou mais partidos é 31 de maio.
Enfim, hoje inicia-se uma nova etapa no longo e complexo jogo eleitoral. As legendas que tiverem êxito agora terão dado importante passo rumo ao pleito de outubro.
André Pereira César
Cientista Político
