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Movimentos políticos no Rio de Janeiro

Assim como São Paulo, o Rio de Janeiro tem papel estratégico para a articulação de alianças sólidas na disputa presidencial. Bons palanques no estado são fundamentais.

No entanto, uma espécie de “maldição” tem marcado a política estadual nos últimos tempos. Diversos governadores tiveram problemas com a Justiça e/ou foram afastados de seus cargos, isso quando não acabaram na prisão. Anthony Garotinho, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão são exemplos mais recentes disso. Eleito em 2018 na onda da “nova política” que varreu o Brasil, Wilson Witzel não escapou à sina. Foi afastado no meio do mandato.

Seu vice, o até então desconhecido Cláudio Castro (PL), agora comanda o estado e, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), já está em plena campanha. Sua recondução ao posto não será fácil, porém - as recentes chuvas, que devastaram o município de Petrópolis, expuseram as fragilidades do governador. Além disso, ele tem outros problemas graves a enfrentar, como a ação das milícias. Sem sucesso, até o presente momento.

À esquerda, o PSB lançará o deputado federal Marcelo Freixo, em uma composição que inclui o PT na chapa. Esse acordo é importante para a consolidação da frente partidária, hoje em discussão entre as duas legendas.

Mais ao centro, o PSD trabalha com a possibilidade de lançar o ex-presidente da OAB, o advogado Felipe Santa Cruz. Trata-se de mais um movimento do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, para fortalecer o partido. No mínimo, ele pode eleger um bom número de deputados federais.

O PDT vem com o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. Em recente reunião, PDT e PSD formalizaram uma aliança para a corrida ao Palácio da Guanabara. Apesar disso, os partidos recém-aliados mantiveram ambos os nomes no páreo. Esse movimento vem para fazer frente e abrir espaço nas já consolidadas candidaturas de Marcelo Freixo e Cláudio Castro.

O Novo caminhará com o deputado federal Paulo Ganime, que deverá ser apenas um figurante na disputa.

O Rio de Janeiro, cabe lembrar, é o domicílio eleitoral do presidente Bolsonaro, que trabalha para ter uma boa votação no estado. Uma eventual derrota na região terá forte impacto simbólico. Por isso, não surpreenderá se ele carregar ainda mais as fichas na tentativa de reeleição do governador Castro, seu companheiro de partido.

André Pereira César
Cientista Político

Colaboração: Alvaro Maimoni – Consultor Jurídico

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