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Movimentos políticos na Bahia

Maior estado da região Nordeste, a Bahia, assim como o chamado “triângulo das Bermudas” - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais - é estratégica para a disputa presidencial. Bons palanques são fundamentais para o êxito no pleito, e em 2022 esse quadro será ainda mais agudo.

A princípio, o PT, que governa o estado desde 2007, lançaria a candidatura do senador Jaques Wagner, até então apontado como favorito na disputa. No entanto, uma nova negociação está em curso, e existe a possibilidade dos petistas apoiarem o também senador Otto Alencar (PSD). Essas conversas contam com aval do ex-presidente Lula (PT), interessado em selar uma ampla aliança com Gilberto Kassab. Nessa composição, o atual governador, Rui Costa (PT), disputaria o Senado Federal.

A movimentação, como era de se esperar, dividiu o PT e, por outro lado, animou os principais adversários, que veem a possibilidade real de tomar o comando do estado. Dois são os principais adversários do atual grupo no poder.

O ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) trabalha há tempos com a perspectiva de conquistar o governo baiano - na verdade, seria mais uma etapa em seu projeto pessoal, focado na presidência da República a longo prazo. A divisão nas fileiras petistas, em tese, dá novo fôlego a ele, que precisa conquistar em especial o eleitorado do interior. Dado o novo quadro, seu nome não pode ser desprezado.

O outro pré-candidato com alguma chance é o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos). Com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a imagem vinculada ao programa Auxílio Brasil, ele precisa tornar seu nome mais conhecido do eleitor. O trabalho já começou.

A mais recente pesquisa mostra que o pleito não será fácil. O instituto Metro divulgou levantamento no final de janeiro, com dois cenários básicos. No primeiro, ACM Neto aparece com 52% das intenções de voto, seguido por Wagner (29%) e João Roma (5%).

O segundo cenário atrelou os candidatos a seus respectivos apoios no plano nacional. Nesse caso, ao se associar a Lula, Wagner teve 46% das citações, contra 33% de ACM Neto (apoiado pelo neopedetista Ciro Gomes) e 11% de João Roma (com o suporte do Planalto). Outro jogo, como se vê.

A disputa baiana passa diretamente pela decisão do PT sobre lançar ou não candidato próprio. Caso a legenda opte pelo nome de Otto Alencar, aumentarão as chances de seus adversários. ACM Neto, em especial, torce por isso.

André Pereira César
Cientista Político

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