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Ministério reconfigurado

A Esplanada dos Ministérios mudará de maneira significativa a partir das próximas semanas, quando diversos ministros deixarão seus cargos para disputar as eleições de outubro. As alterações já mexem com o mundo político. Na prática, trata-se de uma reforma ministerial forçada.

As movimentações ora em curso são intensas. Em especial, chama a atenção a situação do ministro da Defesa, general Braga Netto. Ainda sem partido, ele é cotado para compor chapa com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na condição de vice. Nesse caso, o “fiel” auxiliar se tornaria o novo Hamilton Mourão - que, por sinal, disputará uma cadeira no Senado Federal pelo Rio Grande do Sul.

Na Esplanada, dois importantes nomes para Bolsonaro, apesar dos incentivos, têm dúvidas sobre entrar ou não no processo sucessório. A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves avalia a possibilidade de disputar o Senado Federal pelo Amapá. Ela tem o apoio dos evangélicos e busca uma legenda. Já o titular da pasta da Cidadania, João Roma, enfrenta dificuldades para encaminhar seu nome na disputa pelo governo da Bahia. Hoje no Republicanos mas em conversas com o PL, ele sabe que terá dois adversários de peso no estado - o PT, no governo há cerca de quinze anos, e o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), nome forte no jogo, com quem rompeu para assumir a vaga de ministro.

Por outro lado, alguns ministros já assumiram de corpo e alma suas pré-candidaturas. Esse grupo está dividido entre os que tentarão vaga no Congresso Nacional e os que disputarão governos estaduais. Em comum, todos são absolutamente leais ao presidente Bolsonaro.

Tentarão assento no Parlamento os ministros Rogério Marinho (PL) - senador pelo
Rio Grande do Norte; Gilson Machado (PSC) - senador por Pernambuco; Tereza Cristina (PP) - senadora pelo Mato Grosso do Sul; Flávia Arruda (PL) - senadora pelo Distrito Federal; e Marcos Pontes (PL) - deputado federal por São Paulo.

Disputarão os governos estaduais o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni (PL), que tentará o governo gaúcho. Já o comandante da pasta da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, fará sua estreia nas urnas disputando o governo paulista. Nova “estrela” do time bolsonarista, ele está dividido entre dois partidos, PL e Republicanos. A definição se dará nos próximos dias.

Para o titular do Planalto, as candidaturas de ministros garantem, no mínimo, alguns palanques em estados importantes. Resta saber agora o real apelo eleitoral que eles terão ao longo do acirrado processo que desaguará em outubro próximo.

André Pereira César
Cientista Político

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