As oposições, em especial as ligadas à campanha de Lula, têm apostado no êxito eleitoral ainda no primeiro turno. As mais recentes pesquisas, porém, demonstram que a realidade é outra, com a definição do eleito num quase certo segundo turno. A disputa será difícil e tudo pode ocorrer.
Aos números. De acordo com a última pesquisa FSB/Pactual, o ex-presidente Lula teria 41% dos votos, contra 34% de Jair Bolsonaro (PL). Os demais candidatos, somados, teriam 14% das votações. Vitória em primeiro turno, de acordo com essa pesquisa, como se vê, parece distante.
Indo além, a avaliação do governo melhorou. O índice de aprovação passou de 36% para 40%, enquanto os que desaprovam recuaram - de 58%, passaram para 54%. Os pacotes de benesses econômicas começam a ser observados entre os eleitores.
É claro que a campanha ainda não começou e, nas próximas semanas, o status quo pode mudar. A força da militância certamente será um elemento importante no processo eleitoral, assim como a expertise de um partido que venceu quatro pleitos e de um candidato com larga experiência. Os apoios dos partidos nos estados e os palanques ocupados pelos dois principais candidatos nessa disputa à presidência, vão fazer a diferença. Todos os apoios, discursos e posicionamentos contam nessa hora.
Também está claro que o titular do Planalto, com seu comportamento mercurial, se expõe e coloca em risco seu projeto. Bolsonaro está firme no jogo, mas as tempestades por ele criadas se tornam obstáculos nada desprezíveis. O presidente, no limite, é seu maior adversário.
Mesmo muito antes do início das campanhas, o eleitor já havia deixado claro que embarcou na polarização - não há espaço para a chamada “terceira via”. A disputa tem apenas dois concorrentes, absolutamente distintos. Sem espaço para conciliação.
Por ora, apostar em resultado é mero exercício de futurologia. A realidade é uma só: o país está dividido e o próximo presidente enfrentará dificuldades de monta para administrar a nação, em especial na área econômica. Ao vencedor as batatas.
André Pereira César
Cientista Político
Colaboração: Alvaro Maimoni – Consultor Jurídico
