Na abertura da primeira reunião ministerial do novo governo, o presidente Lula (PT) mandou diversos recados. Tratou-se de um discurso eminentemente político.
. Ladeado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que comanda o ministério da Indústria e Comércio, e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ele disse que será justo e leal com seus ministros.
. Defendeu a democracia e pediu o fim da “política do ódio”, que dominou o país nos últimos anos e dividiu famílias e separou amigos.
. Falou que esse será o “mandato de sua vida”, com foco em saúde, educação e cultura.
. A montagem final dos ministérios ocorrerá até o dia 24 de janeiro, segundo o presidente. Como se sabe, só foram definidos até agora os ministros e secretários-executivos. Todos os demais postos seguem em aberto nas pastas.
. Afirmou que aqueles que não entregarem o que foi demandado serão “educadamente” convidados a deixar o governo.
. Já os que cometerem atos ilícitos serão investigados e, no limite, enfrentarão a Justiça. Aqui o titular do Planalto enfrenta um primeiro problema - qual o destino da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, acusada de ligações com um miliciano?
. Defendeu uma boa relação entre seus ministros e o Congresso Nacional. “Não adianta o ministro ser formado em Harvard e não ter um voto na Câmara dos Deputados e no Senado Federal”, afirmou.
. Sobre governabilidade, ele disse que o governo precisará da boa vontade do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG). Assim, Lula dá como certa a recondução de ambos ao comando das duas Casas Legislativas em fevereiro próximo.
PS. Hoje, 6 de janeiro, completam-se dois anos da invasão do Capitólio, em Washington. Nessa data, nada mais simbólico que o racha no Partido Republicano, que não consegue escolher o presidente da Câmara de Representantes. O trumpismo deixou um legado nefasto na política norte-americana, como se vê.
André Pereira César
Cientista Político