Eleições 2022: estado atual da disputa sucessória - Política - Hold

Eleições 2022: estado atual da disputa sucessória

Faltando poucas semanas para o primeiro turno das eleições, a disputa pela presidência da República chegou a um afunilamento sem retorno. O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) se encaminham para um segundo turno de resultado imprevisível.

Foi divulgada na manhã de segunda-feira, 12 de setembro, a mais recente rodada da pesquisa FSB/BTG. O levantamento foi realizado entre os dias 9 e 11 do mês corrente e representa, portanto, o mais recente retrato do quadro eleitoral.

De acordo com a pesquisa, o petista oscilou negativamente em um ponto e tem agora 41% das intenções de voto. Já o titular do Planalto aparece com 35%, um ponto para cima. O segundo pelotão segue como mero figurante - Ciro Gomes (PDT) tem 9% das citações e Simone Tebet (MDB), 7%. Nada de novo no front.

As simulações de segundo turno reforçam a percepção de que a rejeição a Bolsonaro ainda pode ser bastante explorada por seus adversários. Ele perderia para Lula (51% a 38%), para Ciro (50% a 38%) e para Tebet (48% a 40%). Já o ex-presidente venceria todos os demais postulantes na rodada suplementar.

Alguns dados interessantes. Lula tem larga vantagem sobre Bolsonaro no eleitorado feminino (45% a 27%), entre católicos (48% a 29%) e na região Nordeste (56% a 21%). O atual presidente, por sua vez, predomina entre os homens (42% a 36%), os de escolaridade superior (37% a 31%) e os de maior renda (53% a 25%).

Para os candidatos do segundo pelotão, uma má notícia adicional - nada menos que 81% dos eleitores afirmam que não mudarão de voto até o pleito. Ou seja, nesse momento há reduzido espaço para se ganhar apoiadores. O jogo se reduz definitivamente a Lula e Bolsonaro.

Principal tema das eleições, a economia segue no foco das atenções. Para 49%, o Brasil está em crise e com dificuldade para superar a situação. Outros 36% concordam que a crise existe, mas o país está superando. Já 11% afirmam que o país vive um bom momento econômico - e 87% desse contingente vota em Bolsonaro.

Por fim, 56% dos eleitores estão tendo alguma exposição à propaganda eleitoral. Já no universo das redes sociais, Facebook, WhatsApp, Instagram e YouTube, nessa ordem, são os que mais veiculam conteúdo político. Ao final do processo eleitoral, se terá uma noção mais exata em torno do embate mídia tradicional versus novas mídias.

Os dados estão à mesa e certamente terão peso na (re)definição das estratégias de campanha. Lula e Bolsonaro, em particular, têm muitos ajustes a fazer nessa reta final.

André Pereira César

Cientista Político

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