Dissecando a pesquisa Genial/Quaest - Política - Hold

Dissecando a pesquisa Genial/Quaest

A mais recente pesquisa de opinião pública Genial/Quaest, ocorrida entre os dias 3 e 6 de fevereiro, dá importantes pistas sobre o futuro do processo sucessório. O tempo corre e algumas candidaturas vão se consolidando, enquanto outras não conseguem deslanchar.

De acordo com o levantamento espontâneo, o ex-presidente Lula (PT) receberia 28% dos votos, contra 16% do presidente Jair Bolsonaro (PL), resultado praticamente idêntico ao da pesquisa anterior - 27% a 16%. Importante ressaltar o total de indecisos, 48%, o que mostra que as eleições ainda não estão no radar do eleitorado.

O levantamento também desenha quatro cenários com os principais pré-candidatos que se movimentam nos dias atuais. O primeiro desses cenários mostra Lula com 45%, Bolsonaro com 23%, Sérgio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) com 7% cada, João Dória (PSDB) e André Janones (Avante) com 2% e Simone Tebet (MDB) com 1%.

Os demais cenários também apontam o petista com grande vantagem sobre os demais, podendo inclusive vencer a disputa já no primeiro turno. Essa situação certamente levará seus adversários a aumentar os ataques ao ex-presidente.

Quanto aos demais postulantes, Bolsonaro segue estável na faixa pouco acima dos 20%, enquanto Moro não consegue atingir os dois dígitos - seu desempenho, por sinal, já acendeu uma luz amarela entre aliados do ex-ministro, que realmente não está empolgando o eleitor.

No pelotão de trás, Dória e Tebet igualmente não decolam e a possível união das duas candidaturas dificilmente mudará esse quadro. Ambos são meros coadjuvantes na disputa. O fraco desempenho de Dória nas pesquisas fez, recentemente, com que alguns integrantes do PSDB ampliassem a pressão pela desistência do governador paulista da sua candidatura à presidência.

Economia, com 35%, e saúde/pandemia, com 27%, são os dois principais problemas do país, segundo a pesquisa. Esses assuntos inevitavelmente estarão no centro das propostas de campanha dos postulantes. Já a corrupção, um dos destaques do pleito de 2018, teve apenas 11% das citações. Má notícia em especial para Moro, que tem no tema seu carro-chefe.

Enfim, muita água ainda correrá até o primeiro turno, em outubro. A única certeza é que diversos dos nomes hoje apresentados ao eleitor certamente abandonarão a disputa.

André Pereira César
Cientista Político

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