Depois de Lira - Política - Hold

Depois de Lira

A eleição da nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ocorrerá somente em fevereiro de 2025, mas os atores políticos já se mobilizam em torno do assunto. O atual presidente, deputado Arthur Lira (PP/AL), apesar de não poder disputar uma nova recondução, já vem trabalhando para fazer seu sucessor - alguém politicamente alinhado a ele.

Alguns nomes já se destacam, todos próximos a Lira. Hoje, o Centrão leva vantagem e tem chances reais de continuar no comando da Casa.

Nas bolsas de apostas, o deputado Elmar Nascimento (União Brasil/BA) é tido como um forte pré-candidato. Líder da bancada de seu partido, é bastante ligado a Lira. Bacharel em Direito, está em seu terceiro mandato. Bom negociador, foi o relator do processo de cassação do então presidente da Casa, Eduardo Cunha, na Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania. Conta com o apoio velado do atual comandante da Câmara.

Outro nome lembrado por seus pares é o do deputado Marcos Pereira (Republicanos/SP). Presidente nacional de seu partido, é o atual vice da Casa. Experiente e bom articulador, foi ministro da Indústria e Comércio no governo Temer e, numa jogada arriscada, bancou e elegeu o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos/SP). Bispo licenciado da Igreja Universal, está negociando a entrada de sua legenda no governo Lula (PT). Também é próximo a Lira.

Correndo por fora, o deputado Arthur Maia (União Brasil/BA) tenta cacifar seu nome. Advogado e mestre em Direito Econômico, cumpre o terceiro mandato na Casa. No governo Temer, foi relator da proposta de reforma da Previdência. No governo Bolsonaro, foi relator na Comissão Especial, da reforma Administrativa, ainda pendente de votação final pelo plenário e também presidente da Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania. Experiência não falta a Arthur Maia. Atualmente é o presidente da CPI Mista do 8 de janeiro. A exemplo dos demais, é alinhado a Lira.

Apesar de ter uma das maiores bancadas, muito dificilmente o PT conseguirá lançar um candidato competitivo. E mesmo que tivesse esse nome, o presidente Lula (PT) abriria uma desnecessária frente de batalha? As forças de centro e de direita certamente se unirão em torno do nome mais forte. Os três deputados aqui listados saem na frente. O Centrão se perpetua no comando da Mesa.

Claro está que algum parlamentar hoje fora do radar poderá surgir ao longo dos próximos meses. A sucessão de Arthur Lira é um processo em construção.

André Pereira César

Cientista Político

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