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7 de setembro: independência ou morte?

O 7 de setembro se aproxima e o país enfrenta o risco real de uma ruptura. O esgarçamento do ambiente é patrocinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que testa abertamente os limites da democracia.

Está claro que os seguidores mais fiéis do titular do Planalto pretendem utilizar a data para confrontar as instituições. O Judiciário, em especial, é o alvo principal.

As manifestações previstas para São Paulo e Brasília podem gerar um confronto aberto entre bolsonaristas e opositores. O pior que pode acontecer é o surgimento de um cadáver. As autoridades responsáveis precisam estar atentas para isso.

Para a oposição o ideal seria evitar qualquer manifestação, deixando para outro momento os protestos contra o governo. No entanto, enquanto alguns defendem que as ruas devem ser permanentemente ocupadas para não dar espaço ao discurso de ódio e de ataques à democracia, outros defendem que as ruas sempre estarão aí e que elas poderão ser ocupadas em outras ocasiões. Falta um mínimo de consenso entre os opositores. A situação parece fora de controle.

O irônico é que tudo ocorre em meio à piora do quadro geral da economia. O recente tarifaço da energia elétrica pressiona ainda mais a já elevada inflação, e as famílias precisam apertar ainda mais o cinto. Isso sem falar na agenda do país, com as necessárias reformas e tudo mais. Nada avança.

Para o presidente e seus mais fanáticos seguidores, pouco importa. O discurso é de confronto, buscando inimigos reais e imaginários. O “quanto pior melhor” nunca foi tão verdadeiro.

O momento requer serenidade. Uma faísca pode causar uma tragédia. O planeta olha apreensivo para o Brasil. No limite, nossa ainda jovem democracia serve como referência para todo o continente. Colocá-la em xeque será o pior exemplo a ser dado aos vizinhos.

André Pereira César
Cientista Político

Colaboração: Alvaro Maimoni – Consultor Jurídico

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