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100 dias do governo Lula: décima terceira semana

Às vésperas de completar cem dias de administração, o governo Lula (PT) finalmente apresentou a proposta do novo arcabouço fiscal. O texto do projeto, porém, ainda está por ser conhecido, o que mantém as incertezas quanto ao destino da matéria. Num primeiro momento, mercados econômico e financeiro gostaram do que viram.

Nova data da viagem à China - recuperado da pneumonia, o presidente Lula remarcou a data da viagem para a China, importante etapa no processo de recuperação da imagem do Brasil junto à comunidade internacional. Ela ocorrerá logo após a Páscoa, a partir de 11 de abril.

DataFolha - pesquisa do instituto DataFolha realizada entre os dias 29 e 30 de março mostra que o presidente Lula tem 38% de aprovação e 29% de rejeição - esse último o mesmo índice do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no início de seu mandato, em 2019.

Adiamento do novo arcabouço fiscal - o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), finalmente apresentaram as linhas gerais da proposta do novo arcabouço fiscal. O texto definitivo, porém, ainda não foi encaminhado ao Congresso Nacional, o que deverá ocorrer ainda nessa semana. Muitos ainda têm dúvidas quanto ao conteúdo da matéria. Na Câmara dos Deputados, o projeto deverá ter como relator um parlamentar do PP.

Lira x Pacheco - o impasse entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), começa a ser solucionado. Será instalada na terça-feira, 4 de abril, a comissão mista que analisará a medida provisória que trata da nova estrutura do governo federal, fundamental para o Planalto. Uma bandeira branca foi hasteada, mas o embate entre as duas Casas ainda segue no ar.

Superbloco - partidos como o MDB, o PSD e o Republicanos formaram um bloco na Câmara dos Deputados. O “superbloco”, como está sendo chamado, terá 142 parlamentares. Derrota para o presidente da Casa, que enfrentará pressão redobrada sobre suas decisões.

Bolsonaro de volta - o ex-presidente Jair Bolsonaro retornou ao Brasil e já se colocou como um candidato a comandar a oposição. Não será tarefa fácil, no entanto. À direita do espectro político diversos nomes trabalham para ocupar esse espaço. A própria recepção morna ao ex-mandatário indica que ele está longe de ser uma unanimidade e o experiente presidente do PL, Valdemar Costa Neto, deverá dar corda aos interesses dos Bolsonaros pelo menos até o pleito de 2024, muito em função do ativo eleitoral. Mas, até lá, muita água ainda deverá passar por baixo dessa ponte. O tempo dirá.

André Pereira César

Cientista Político

Colaboração: Alvaro Maimoni – Consultor Jurídico

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