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Um futuro para o MDB?

Partido fundamental na defesa da democracia durante o regime militar e depois satélite dos governos do PSDB e do PT (sem contar as gestões Sarney e Temer) o MDB, desde a redemocratização, de lá para cá, de alguma forma sempre integrou todos os governos. Agora, no entanto, busca um rumo. A legenda trabalha para construir pontes ao norte.

Em recente pesquisa qualitativa, a agremiação buscou saber os grandes nomes de sua história. Até aí nada de novo - Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Itamar Franco, entre outros poucos, são citados como figuras de referência. A novidade é a ex-senadora e atual ministra do Planejamento Simone Tebet (MDB/MS) como referência partidária. Aparentemente, surge uma luz no fim do túnel.

Evidentemente, há um recall de sua participação nas eleições presidenciais de 2022. Mais ainda, sua ativa participação no governo Lula (PT) passa ao eleitor a imagem de uma figura pública de qualidade. A rigor, ela cresce aos olhos da opinião pública. Um ativo a ser trabalhado pela legenda.

Mas Tebet não é o único nome no horizonte do MDB. O governador paraense Helder Barbalho também está no radar do partido, ainda mais quando se tem em mira a COP30, que ocorrerá em Belém em novembro de 2025. Com seu carisma natural e a estrutura dos governos federal e estadual, ele inevitavelmente será uma das estrelas do evento. Jogo jogado.

Outra figura emedebista é o ex-governador e atual ministro dos Transportes, Renan Filho. Com algum recurso no caixa e experiência administrativa, ele tem condições de se colocar como nome importante na cena política nacional. A conferir.

Interessante observar que os três nomes citados são herdeiros políticos de lideranças históricas - Ramez Tebet (já falecido), Jáder Barbalho e Renan Calheiros, que fizeram (os dois últimos ainda fazem) suas vidas na legenda. Muito peso envolvido.

Enfim, o MDB continua a ser uma legenda importante no cenário político do Brasil. Com uma capilaridade impressionante, de norte a sul comanda milhares de prefeituras e cadeiras nas Câmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas. Por isso, ainda continua importante para manutenção de qualquer poder e dos interesses da nação. No entanto, importante ficar de olho nas eleições municipais em 2024, pois serão elas que definirão se o MDB continuará sendo um dos maiores e mais importantes partidos brasileiros. O PL de Valdemar Costa Neto quer assumir esse posto ao apostar em uma votação histórica, com mais de 1.000 prefeituras sob o comando do PL a partir de 2025. Se vai conseguir, aí já é outra história.

Para o bem ou para o mal, trata-se o MDB de um partido que busca o equilíbrio entre os extremos - cada vez mais extremos, como se vê.

André Pereira César

Cientista Político

Colaboração: Alvaro Maimoni – Consultor Jurídico

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