ÁLVARO DIAS - Hold

ÁLVARO DIAS

ÁLVARO DIAS

A possível candidatura de novatos, como João Amoêdo e Guilherme Boulos, terão a
companhia de veteranos nas eleições presidenciais de 2018. Entre os medalhões da
política brasileira que participarão do pleito está o senador Álvaro Dias. Um dos mais
conhecidos e atuantes parlamentares da região Sul do país, ele concorrerá pelo
Podemos (antigo PTN).

Nascido em dezembro de 1944 no município de Quatá, interior de São Paulo, Álvaro
Dias é formado em História. Cedo mudou-se para Maringá (PR), onde chegou a
trabalhar como radialista. Apesar de sua formação acadêmica, o pré-candidato
dedicou sua vida adulta exclusivamente à política.

Olhando-se o histórico do senador, é fácil chegar à conclusão de que ele será o mais
experiente candidato na disputa. Iniciou sua carreira política no MDB (embrião do
PMDB) em 1968 e passou por mais cinco partidos, inclusive o PSDB, até ingressar no
Podemos em 2017. Cargos públicos, ocupou diversos. Foi vereador em Londrina (PR),
deputado estadual, deputado federal, governador e senador pelo Paraná. Ele tentará
transplantar essa experiência para a campanha presidencial.

A longa trajetória política de Dias, é claro, deixou rastros polêmicos. De um lado, seus
defensores e aliados lembram de sua importante participação na campanha pelas
Diretas-Já, em 1984, e o posicionamento firme contrário a questões como a reforma
trabalhista. Seus adversários e desafetos, por sua vez, citam a "facilidade" com que
muda de partido e o comportamento dúbio em diferentes momentos dos governos
FHC (do qual era aliado) e Lula (ao qual se opunha). Um fato, porém, é inegável. O
senador é dos parlamentares de mais fácil trato no dia a dia do Congresso Nacional.

O Podemos sintetiza o pensamento e a ação de Álvaro Dias. Inspirado em seu
homônimo espanhol, o partido coloca-se no centro do espectro político-ideológico
brasileiro. Os três princípios básicos do partido são "transparência", "participação
popular" e "mais democracia direta".

A ideia básica é reforçar a democracia partidária, pela qual a agremiação não terá
"donos". Uma das estrelas do time, por sinal, é o senador Romário, que recentemente
se aproximou de Dias. Amplas coligações também estão descartadas.

O programa econômico do Podemos ainda não é totalmente claro. A reforma
previdenciária está em sua agenda, assim como a administrativa, mas sem detalhes.
Dados os recentes posicionamentos de seu pré-candidato e apoiadores, pode-se
apontar para um modelo menos ortodoxo em comparação ao governo Temer.

Enfim, Álvaro Dias e o Podemos terão inúmeros desafios e obstáculos pela frente.
Escasso tempo de rádio e televisão, pouco dinheiro em caixa e um programa sem
grandes novidades para o eleitor farão parte do dia a dia da campanha. Ao final, para o
Podemos, a candidatura Dias pode significar o salto de uma legenda de pequeno para
médio porte. Seria uma vitória, sem dúvida.

André Pereira César
Cientista Político

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