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Ricardo Barros

(Saúde) – a exemplo de Blairo Maggi na Agricultura, o deputado federal Ricardo Barros (PP/PR) assumiu o comando da Saúde na cota do PP.

Engenheiro civil e empresário, 56 anos, foi prefeito de Maringá (PR) e está em seu quarto mandato de deputado federal. Entre 2011 e 2015, no primeiro governo de Beto Richa (PSDB/PR), foi secretário estadual de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul. Ele é marido da vice-governadora, Cida Borghetti.

Quando prefeito, implantou o primeiro Conselho Tutelar do país. Na mesma época, criou o projeto “escola cooperativa”, bastante elogiada pela população local.

O êxito como prefeito levou-o à Câmara dos Deputados. Hábil negociador e flexível, foi líder dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Parlamentar prolífico, apresentou dezenas de projetos que versam sobre os mais diversos temas, do processo orçamentário a questões educacionais, passando por processo penal. Foi também o relator do projeto da Lei Orçamentária de 2016.

Maringá, por sinal, sentiu o peso e a capacidade de articulação de Barros. A cidade foi apontada como a que mais recebeu verbas federais por habitante nos anos de 2009 e 2010.

O ministro, porém, não é um especialista em saúde. Por conta disso, está montando um time de técnicos capazes de dar todo o suporte necessário para sua gestão. Os desafios são muitos – a saúde pública é dos temas mais sensíveis e que afetam diretamente o dia a dia do cidadão.

Sua experiência de homem público não o impediu de enfrentar uma saia justa pouco depois de sua posse. Em entrevista, Barros afirmou que “o Estado não tem como assumir todas as garantias previstas na Constituição”, incluindo o acesso universal à saúde. Criticado por especialistas, por adversários políticos e pela imprensa em geral, ele recuou e disse que é preciso rever os gastos com a Previdência, mas não o acesso à saúde.

Antes mesmo de assumir, Barros já enfrentava críticas. A imprensa descobriu que o maior doador individual de sua campanha para deputado federal em 2014 é sócio do Grupo Aliança, administradora de benefícios de saúde. A empresa mantém registro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vinculada ao ministério.

Em 2012, quando secretário estadual, foram divulgadas gravações feitas pelo Ministério Público nas quais ele aparecia sugerindo ao então secretário de Saneamento de Maringá que arranjasse um encontro para a realização de acordo entre duas empresas que participavam de uma licitação para publicidade na cidade. Barros negou irregularidades, mas o caso manchou sua imagem na região.

O nome de Barros apareceu ainda em uma lista de pagamentos da Odebrecht a políticos. Ele também nega qualquer envolvimento ilegal com a empreiteira.

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