Um olhar sobre a pesquisa CNT/MDA - Política - Hold

Um olhar sobre a pesquisa CNT/MDA

A mais recente pesquisa CNT/MDA, cujos trabalhos de campo ocorreram entre os dias 18 e 21 de janeiro, apresenta importantes informações sobre a atual cena política. Abaixo, alguns pontos relevantes do levantamento.

. Considerado-se a margem de erro (2,2 pontos), tanto a avaliação positiva quanto a negativa do governo registram estabilidade em relação à pesquisa anterior, realizada em setembro de 2023. A positiva ficou em 42,7% (40,6% em setembro), enquanto a negativa marcou 27,9% (27,2% em setembro).

. Alguns cortes reforçam a percepção de que os resultados das eleições de 2022 seguem praticamente os mesmos nesse início de ano. Naquele pleito, lembremos, o presidente Lula (PT) recebeu mais votos entre as mulheres, de moradores da região Nordeste, entre aqueles que recebem até dois salários mínimos, com ensino fundamental e católicos. A pesquisa de agora apresenta o mesmo quadro - o governo é melhor avaliado justamente nesses segmentos.

. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu à época mais votos entre os homens, de moradores da região Sul, entre aqueles que recebem acima de cinco salários mínimos, com ensino superior e evangélicos. É justamente nessas faixas que a atual gestão petista registra maiores índices de avaliação negativa.

. Também a avaliação pessoal do presidente Lula apresenta estabilidade. Aprovam o titular do Planalto 55,2% dos entrevistados (55% em setembro), enquanto 39,6% desaprovam (39% no levantamento anterior).

. Com relação à preferência política, 28% consideram-se de direita, 4,2% de centro-direita, 9,9% de centro, 16,8% de esquerda e 4,8% de centro-esquerda. Outros 36,3% não souberam avaliar. Há aqui uma evidente proeminência das forças mais à direita.

. Nas eleições municipais de 2024, 33,5% pretendem votar em um candidato apoiado por Lula, 15,7% por Bolsonaro, 11% contrário a ambos e 33,3% são indiferentes.

. As três principais utilidades do smartphone são o acesso de redes sociais (76,5%), ligações por WhatsApp (61,1%) e a busca de notícias (24,9%). Redes sociais, como se vê, dominam cada vez mais o cotidiano das pessoas.

. Em linhas gerais, o levantamento CNT/MDA confirma a avaliação de que a polarização (“calcificação”) domina o cenário. Apesar da estabilidade política e da melhora nos índices econômicos e sociais, o país segue dividido.

. Por fim, é importante ressaltar que a propaganda estatal alcançou o seu objetivo. Isso por que observa-se claramente que os índices se mantiveram praticamente estáveis, apesar dos ataques diários sofridos pelo governo Lula 3 nas redes sociais.

André Pereira César

Cientista Político

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