Fazer a América grande de novo? - Política - Hold

Fazer a América grande de novo?

O título acima, é óbvio, contém ironia. Mais do que incomodar, a possibilidade real de êxito do republicano de ultradireita Donald Trump nas eleições norte-americanas assusta. Seria um enorme retrocesso em um mundo que já enfrenta desafios de monta - dois grandes conflitos armados, inclusive.

Ao menos um importante obstáculo foi retirado do caminho do dublê de político e empresário. A Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou uma decisão da Justiça do estado do Colorado e liberou sua participação no pleito do final do ano. Com o atual presidente, Joe Biden, titubeando, Trump pode chegar forte na disputa.

No âmbito de seu partido, ele passou facilmente pelas prévias. Há um movimento de membros dos Republicanos que trabalha para derrubar sua candidatura, mas as chances de conseguirem algo são remotas. No máximo, causarão constrangimento a Trump e seus aliados.

Nesse ano, a disputa já começou, com grande antecedência. Tanto Trump quanto Biden já trocam pesadas farpas via imprensa e redes sociais. O ex-presidente tenta se aproveitar do atual quadro do governo norte-americano que, apesar dos bons números, está longe de empolgar o eleitorado.

A mais recente pesquisa eleitoral, realizada no início de março pelo jornal New York Times, mostra Trump cinco pontos à frente de Biden - 48% a 43%. Pelas regras da disputa naquele país, mais importante que chegar à frente do embate popular, se faz necessário conquistar a maioria dos delegados que confirmarão o vencedor. Lembremos que, em 2016, Hillary Clinton recebeu 300 mil votos a mais que o republicano, mas ficou atrás no Colégio Eleitoral.

Para piorar para Biden, seu índice de rejeição chegou a 47%. Número que reflete as dificuldades da atual administração. Mudar esse quadro é fundamental para as pretensões eleitorais do democrata.

Em todo o planeta as atenções estão voltadas para a sucessão norte-americana. A direita mais extremada, que segue viva e não pode ser subestimada, torce, é claro, por Trump. Já o eleitor mais moderado enxerga em Biden a melhor opção.

Enfim, a maior potência mundial enfrentará um momento decisivo, que terá impacto geral. O mote “América grande de novo” retornará?

André Pereira César

Cientista Político

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