. Foi divulgado na noite de segunda-feira, 19 de setembro, o novo levantamento do Ipec (ex-Ibope) sobre a sucessão presidencial. O trabalho de campo ocorreu entre os dias 17 e 18 do mês corrente.
. De acordo com a pesquisa, o ex-presidente Lula (PT) continua com larga vantagem sobre seus adversários. Ele teria 47% dos votos (46% na rodada anterior), contra 31% de Jair Bolsonaro (PL), mesmo índice do levantamento passado.
. No segundo pelotão, Ciro Gomes (PDT) aparece com 7%, e Simone Tebet (MDB), com
5%. No levantamento anterior, eles tinham, respectivamente, 7% e 4%.
. Na única simulação de segundo turno, o petista passou de 51% para 54%, enquanto o titular do Planalto oscilou negativamente em um ponto e agora aparece com 35%.
. O voto já está absolutamente definido para 80% do eleitorado. Ou seja, há hoje pouco espaço para alterações significativas no quadro sucessório.
. A exemplo do registrado em outras pesquisas, Lula se destaca na região Nordeste (63%), entre famílias com renda mensal de até um salário mínimo (58%), entre pessoas com ensino fundamental (58%) e católicos (53%).
. Bolsonaro, por sua vez, tem bom desempenho entre evangélicos (48%), região Sul (41%), homens (35%) e eleitores com ensino superior (37%).
. Sobre os índices de rejeição, o titular do Planalto segue com os números mais elevados, hoje em 50%, idêntico à pesquisa anterior. Lula, por seu turno, teve pequena queda, passando de 35% para 33%. O atual presidente, como se vê, não consegue ampliar seu teto de votos, fator que dificulta um avanço efetivo em segmentos importantes do eleitorado (mulheres, por exemplo).
. Com relação ao governo Bolsonaro, os mesmos 59% da pesquisa anterior reprovam sua administração, contra 36% de aprovação. Há forte correlação entre aqueles que pretendem votar pela recondução do atual presidente e a avaliação positiva do governo.
. Em linhas gerais, o levantamento é ruim para o presidente da República, que efetivamente não conseguiu transformar em intenção de votos os recentes pacotes de bondades implementados pelo governo. O tempo corre e, hoje, não se pode descartar a definição do pleito presidencial já no primeiro turno.
André Pereira César
Cientista Político