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2024, o planeta nas urnas

Em meio à chamada “crise da democracia”, metade da população global votará em seus candidatos ao longo de 2024. O ano será marcado por importantes disputas eleitorais dos Estados Unidos à Índia, sem esquecer os pleitos municipais de outubro no Brasil.

Aos fatos. Taiwan, em eterno confronto com a China, já realizou suas eleições no início de janeiro, com resultado que confirmou no poder o grupo pró-independência, absolutamente contrário aos interesses de Pequim. Em um mundo conflagrado, com duas guerras em curso (Ucrânia e Israel versus Hamas), trata-se de gasolina na fogueira.

Indo além, a partir de fevereiro se verá uma sequência de eleições importantes para os destinos do planeta. El Salvador deverá rereconduzir ao poder Nayib Bukele, notório representante da direita que conduz seu país a ferro e fogo; no Paquistão, o popular Imran Khan tende a vencer a disputa, apesar de preso.

Entre os chamados países emergentes, as atenções estarão voltadas para a Índia, cujo pleito ocorrerá entre abril e maio e tem como franco favorito o premiê Narendra Modi, pronto para a reeleição, e a Rússia, com o “eterno” Vladimir Putin mais uma vez sendo reconduzido ao poder. Nesses países, mais do mesmo.

Três pontos importantes. Em primeiro lugar, a vizinha Venezuela poderá (frise-se o “poderá”) ter eleições (uma das exigências para a retirada de embargos pelo EUA), mas candidatos antichavistas já são alvo de Nicolas Maduro, o que sem dúvida ameaça a realização do pleito. O governo brasileiro monitora o quadro.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Rishi Sunaki, conservador, corre o risco de ser derrotado pelos trabalhistas, que têm chances reais de retornar ao poder após quatorze anos de ocaso.

Por fim, e talvez mais importante, os Estados Unidos deverão assistir a um novo embate entre o democrata Joe Biden, atual presidente, e o neorepublicano Donald Trump. Briga de anciãos, que radicalizam o debate político e influenciam a cena política mundial.

O Brasil, é claro, sentirá os efeitos dos processos eleitorais que estarão em curso. As eleições norte-americanas, em especial, terão grande influência sobre o pleito brasileiro. Uma eventual vitória de Trump certamente alimentará a cena local, pressionando ainda mais o governo Lula (PT). Os dados estão rolando.

André Pereira César

Cientista Político

PS. A nova fase da Operação Vigilância Aproximada da Polícia Federal, que mirou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), abre uma nova fase na cena política brasileira. Como resultado, a polarização tende a ganhar ainda mais força.

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