Entre as disputas no pleito de outubro, a capital alagoana talvez represente, à exceção de São Paulo, o embate com maior impacto nacional. Apesar de ser um estado sem peso econômico, Alagoas tem duas das principais lideranças políticas do país, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e o poderoso e onipresente senador Renan Calheiros (MDB).
Adversários declarados, inclusive com frequentes ataques mútuos, ambos têm aliados tentando a prefeitura. O vencedor terá importantes dividendos não apenas em âmbito local, mas também na cena brasileira como um todo.
Graduado em Direito, o atual prefeito, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, tenta a reeleição. Ainda jovem (36 anos), pertence ao grupo político de Lira. Ex-deputado federal por dois mandatos, é também aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Seu vice é o senador Rodrigo Cunha (Podemos).
Administrador de empresas e empresário do ramo de alimentos, Rafael Brito (MDB) tem como principal trunfo o apoio da família Calheiros. Deputado federal, foi secretário estadual de Educação. Sua vice é Gaby Ronalsa (PV).
Cantor, compositor e ator de filmes adultos, Anivaldo Luiz da Silva, o Lobão (Solidariedade), deputado estadual, tenta pela primeira vez a prefeitura de Maceió. É um total azarão na disputa. A chapa é puro sangue, com sua colega de partido Danubia Barbosa como vice.
Pesquisa do instituto Quaest realizada no final de agosto mostra o prefeito JHC com 74% das intenções de voto, contra Brito e Lobão, com 4% cada. Favoritismo incontestável do atual chefe do Executivo local.
Nas eleições de 2022, o então candidato ao governo do estado, Paulo Dantas, contando com o apoio da família Calheiros, foi eleito e venceu o candidato de Lira, Rodrigo Cunha.
Agora, os aliados de Lira saíram na frente no processo eleitoral, e a força política da família Calheiros está sendo testada. A sucessão em Maceió caminha para ser decidida já no primeiro turno.
André Pereira César
Cientista Político
