Eleição - primeiro turno em números - Eleições Municipais - Hold Assessoria

Eleição – primeiro turno em números

. Em linhas gerais, o centro e a direita foram bem sucedidos no primeiro turno das eleições. Por outro lado, a esquerda de certo modo teve um recuo, mostrando que o eleitor médio, no Brasil, está cada vez mais conectado com um posicionamento conservador.

. O PSD elegeu o maior número de prefeitos, 878, seguido do MDB, com 847, e do PP, que conquistou 743 prefeituras. O partido de Gilberto Kassab, com esse resultado, desbanca pela primeira vez os emedebistas, que tiveram por vinte anos o maior número de prefeitos no país.

. Contrariando o que foi projetado por Valdemar Costa Neto, que previa a conquista de mil prefeituras, o PL elegeu apenas 510 prefeitos. De certo modo um revés para o partido que detém a maior bancada na Câmara dos Deputados.

. À esquerda os números não são bons. O PT venceu em 248 municípios, nono lugar no ranking nacional, ficando atrás inclusive do aliado PSB, com 309 prefeituras. Nem mesmo o peso político do presidente Lula (PT) foi capaz de reverter esse quadro.

. A situação ainda é mais dramática para o PSDB. Os tucanos, que comandaram por décadas o estado de São Paulo e elegeram 512 prefeitos em 2020, recuaram de maneira significativa e agora conquistaram apenas 269 prefeituras. O partido não elegeu nenhum vereador na capital paulista. Um partido em processo de extinção?

. Das 26 capitais, onze definiram o pleito já no primeiro turno, entre elas Rio de Janeiro, Recife e Salvador.

. Quanto ao segundo turno, 51 cidades passarão por uma rodada suplementar. O PL estará em 23 disputas, seguido pelo PT (13) e pelo União Brasil (11).

. A esperada polarização não ocorreu. O eleitor, em sua grande maioria, escolheu os candidatos de centro, centro-direita e direita. Com raras exceções, como em Fortaleza, João Pessoa, Belo Horizonte, Cuiabá ou em Belém, que levaram respectivamente os candidatos mais radicais André Fernandes, Marcelo Queiroga, Bruno Engler, Abílio Brunini e Éder Mauro ao segundo turno, os postulantes mais radicalizados, os “verdadeiros” bolsonaristas, não foram eleitos ou não disputam um segundo turno.

. Em São Paulo, aguarda-se uma disputa mais civilizada entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) sai fortalecido e ganha tração para a disputa eleitoral de 2026.

. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda continua um grande cabo eleitoral mas, nessas eleições, evidenciou-se que a direita mais radicalizada não é um monolito e não enxerga Bolsonaro como uma liderança única.

. Lula não é o PT. O maior partido de esquerda da América Latina precisa renovar as suas lideranças, sob pena de virar, logo ali, um novo PSDB.

. Assim como a Europa, o Brasil caminha a passos largos na direção da direita mais conservadora. Em 2026 os brasileiros definirão, nas urnas, se o país continuará a trilhar esse caminho.

André Pereira César

Cientista Político

Alvaro Maimoni

Consultor Jurídico

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