Um olhar sobre a pesquisa Genial/Quaest - Política - Hold Assessoria

Um olhar sobre a pesquisa Genial/Quaest

O governo Lula (PT) pode comemorar, com moderação, os números apresentados hoje na pesquisa Genial/Quaest. O levantamento, realizado entre 10 e 14 de agosto, mostra aprovação em alta.

Aos dados. Para 60% dos entrevistados, o presidente realiza um bom trabalho - em junho, eram 56%. Outros 35% desaprovam o titular do Planalto, contra 40% na pesquisa anterior. Um resultado bom, ainda mais quando se leva em consideração a polarização política vigente no país.

O corte regional é interessante. No Nordeste, a aprovação vai a 72%, enquanto no Norte/Centro-Oeste atinge 52%. Por renda, a faixa da população que recebe acima de cinco salários mínimos (estrato superior da população), há empate técnico de 49% a 48%.

Importante notar a avaliação por religião. Entre os evangélicos, em tese mais bolsonaristas, a aprovação passou de 44% para 50%, enquanto a reprovação caiu de 51% para 46%. Aos poucos, o governo começa a dialogar com esse setor do eleitorado.

Quanto aos programas do governo, o Plano Safra, de financiamento à agricultura, é apoiado por 79% dos eleitores, enquanto o Desenrola (renegociação de dívidas) agrada a 70%. A proposta de reforma tributária, por outro lado, tem o apoio de apenas 37% do eleitorado. Nesse ponto, o Planalto precisa melhorar a comunicação com a sociedade.

Sobre a relação com o Congresso Nacional, a atual gestão tem mais facilidade do que o governo de Jair Bolsonaro (PL) - 43% a 38%. Já a economia não mudou para 39%, contra 34% que veem melhoras no cenário.

Por fim, sobre os hábitos de consumo de notícias, a televisão ainda segue na liderança, com 40%. A redes sociais, que ganham espaço mais e mais, aparecem em segundo lugar (30%). Sites, blogs e portais têm 13% das preferências.

É evidente que o governo precisa realizar um trabalho permanente para manter os bons índices da pesquisa. O apagão de terça-feira certamente terá impacto reduzido junto à opinião pública, mas o reajuste dos preços dos combustíveis é tema mais sensível, que certamente mexerá com os ânimos de parcela significativa da população. O Planalto precisa ficar atento.

André Pereira César

Cientista Político

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