Olhando 2025 - Política - Hold Assessoria

Olhando 2025

Dezembro chegou e com ele realizamos um tradicional exercício: observar o próximo ano, com seus projetos e metas. Em especial, 2025 reserva desafios de monta, tanto no plano nacional quanto global. Tempos de grande turbulência estão à espreita.

No plano internacional, o evento mais aguardado é o início do segundo mandato de Donald Trump. À frente da Casa Branca, ele deve implementar políticas contrárias às do governo do democrata Joe Biden. Por exemplo, na questão climática, ele tende a retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris e ampliar o apoio para o setor de óleo e gás. A relação com a China, já difícil, deverá piorar ainda mais.

Ainda sobre Trump, a Ucrânia já sinaliza que pode ceder parte de seu território para a Rússia - vitória parcial de Vladimir Putin, tido como próximo do novo presidente norte-americano. No caso de Israel, apesar do recente cessar-fogo, o futuro do embate com o Hamas, o Hezbolah e o Irã segue sendo uma incógnita. Nada está garantido.

Voltando à China, a relação comercial do país com a América Latina, Brasil incluído, deve ser aprofundada. Um sinal disso foi a presença de Xi Jinping em eventos no Peru e em solo brasileiro - com direito a uma importante visita a Brasília, com toda pompa e circunstância.

No Brasil, será importante acompanhar a negociação em torno do pacote de corte de gastos do governo Lula (PT). Sem maioria no Congresso Nacional, o Planalto certamente precisará ceder em alguns pontos da proposição. A isenção do Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil reais, por sinal, está em risco e nada garante sua aprovação.

No Parlamento, após a definição das novas presidências - Hugo Motta (Republicanos/PB) na Câmara dos Deputados e Davi Alcolumbre (União Brasil/AP) no Senado Federal -, a agenda será intensa. A regulamentação da reforma tributária e a chamada PEC dos Precatórios, de grande interesse para o governo, devem entrar no pacote para serem votadas ainda nesse ano, antes do recesso de fim de ano. Vencida a pauta econômica, em 2025, o governo pretende iniciar o ano de olho em pautas ligadas ao social, de olho nas eleições de 2026.

O Brasil sediará a COP 30 em Belém (PA), no final do ano e, dados os resultados pífios da última reunião, ocorrida há pouco em Baku, capital do Azerbaijão, o país corre o risco de ter um revés no encontro. A pauta ambiental ainda se encontra muito longe de ser objeto de consenso.

Por fim, os movimentos pré-eleitorais ganharão escala, com articulações de parte a parte. A sucessão presidencial de 2026 estará em campo, com a direita e a centro-direita em busca de nomes viáveis para disputar, possivelmente, com Lula.

O ano de 2025 representará um marco para todos. Um quarto de século XXI terá sido transcorrido e desafios de toda ordem estarão à mesa.

André Pereira César

Cientista Político

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