Reconduzido ao comando da capital paulista e pela primeira vez eleito ao cargo (assumiu o posto após o falecimento do prefeito Bruno Covas), Ricardo Nunes (MDB) se tornou uma importante peça no cenário político do estado. Nesse sentido, seus próximos movimentos precisam ser acompanhados com atenção. Novidades no front de São Paulo podem estar em gestação.
Observemos de saída que tratamos de hipóteses - nada há de concreto, por ora. O fato é que o emedebista ganhou musculatura política além das fronteiras paulistas e começa a ser ouvido pelas lideranças nacionais do partido.
Em um cenário plausível, Nunes renunciaria na metade de seu segundo mandato de prefeito e se colocaria, de maneira competitiva, no processo eleitoral de 2026. A partir disso, são diferentes as possibilidades de disputa para ele.
Nunes poderia tentar uma cadeira no Senado Federal. Para lembrar, serão duas as vagas em disputa e, em tese, o estado de São Paulo tem chances reais de eleger dois nomes de centro-direita, exatamente o perfil de Nunes. Ele certamente contaria com o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de quem se aproximou nas eleições municipais de 2024.
Outra possibilidade seria entrar como vice na chapa do atual governador - essa a mais provável hoje. A aposta estaria clara a todos. Como Tarcísio não poderá disputar outra reeleição em 2030, seu caminho natural será a disputa pelo comando do Planalto. Assim, Nunes teria o caminho pavimentado para comandar o estado, tornando-se em definitivo um player nacional.
E se Tarcísio tentar a presidência da República já em 2026? Nesse caso, haveria uma dobradinha (forte, por sinal) do atual governador com o emedebista, que disputaria o Palácio dos Bandeirantes. Chances reais de êxito para ambos.
Importante trazer que, caso esses cenários hipotéticos se confirmem, quem comandará a maior cidade brasileira será o vice-prefeito eleito Ricardo Nascimento Mello Araújo (PL). O coronel Mello Araújo é ex-comandante da Rota e foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para compor a chapa. O bolsonarismo raiz, com Mello à frente, ganharia, então, as chaves da cidade de São Paulo, com as bençãos de Bolsonaro.
Como falamos, trata-se de hipóteses, mas uma coisa é certa. Dado o perfil atual do eleitorado brasileiro, que caminha para a centro-direita, Ricardo Nunes se coloca como um nome à disposição dos grupos alinhados a esse perfil. Mais ainda, a condição de inelegibilidade de Jair Bolsonaro reforça a posição do prefeito paulistano. Uma nova liderança política começa a ganhar os holofotes.
André Pereira César
Cientista Político
Alvaro Maimoni
Advogado e Consultor Jurídico