Jair Bolsonaro (sem partido): (i) qual caminho tomará – se entregar de vez ao populismo dos últimos meses para reforçar ainda mais os laços com seu eleitorado raiz ou reaproximar-se do mercado, mostrando-se como único candidato confiável capaz de derrotar Lula? (ii) apostará na polarização com o PT - afinal, uma coisa é enfrentar um candidato apoiado por Lula, outra é ter o próprio ex-presidente como adversário?
Lula (PT): (i) manteve a força política do passado ou é apenas uma sombra dos tempos áureos? (ii) toparia ser cabeça de chapa ou adotaria uma estratégia “Cristina Kirchner”, sendo vice em uma chapa encabeçada por um nome alternativo?
Frente ampla: (i) terá condições de superar a potencial polarização tão desejada por Bolsonaro e construir uma alternativa politicamente viável? (ii) será dividida, com grupos se aproximando de Bolsonaro ou Lula?
Congresso Nacional: (i) a agenda legislativa será de algum modo afetada? (ii) a disputa por postos de comando, como presidência de comissões, será contaminada? (iii) qual será o comportamento de parlamentares que haviam perdido peso político em decorrência da Operação Lava Jato?
STF: (i) a decisão de Fachin, após recuros da PGR, será confirmada pelo Pleno? (ii) a 2ª Turma julgará a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro? (iii) a partir de agora, qual será o posicionamento da Suprema Corte com relação à “Lava Jato”?
Todas, ou a grande maioria essas dúvidas deverão ou certamente serão respondidas ao longo das próximas semanas. A começar pela sessão da 2ª Turma do STF, que deverá julgar logo mais, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, o pedido de suspeição de Sérgio Moro.
O fato é que a decisão de Fachin acelerou ainda mais o já antecipado processo sucessório. O ex-presidente Lula entrou no jogo.
André Pereira César
Cientista Político