A Rejeição de Jair Bolsonaro e a bolha bolsonarista - Política - Hold

A Rejeição de Jair Bolsonaro e a bolha bolsonarista

A mais recente pesquisa FSB/Pactual, cujo trabalho de campo ocorreu entre os dias 27 e 29 de maio, confirmou tendência apontada pelo último levantamento do DataFolha. O ex-presidente Lula (PT) aumentou a vantagem sobre seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista passou de 41% para 46%, enquanto o titular do Planalto ficou estável, com 32%.

Já no terreno da chamada “terceira via”, a pesquisa não contém boas notícias. Juntos, os nomes restantes do bloco totalizam apenas 12% das intenções de voto - Ciro Gomes (PDT) com 9%, Simone Tebet (MDB) com 2% e André Janones (Avante) com 1%. Luciano Bivar (União/PE) nem chega a pontuar. Hoje, o grupo é mero figurante no jogo sucessório.

O foco hoje está nos índices de rejeição ao atual presidente. A pesquisa FSB/Pactual mostra que nada menos que 59% dos eleitores não votariam em Bolsonaro “de jeito nenhum”, número muito superior ao de Lula (43%), resultado semelhante ao do DataFolha. Em tese, o teto do titular do Planalto é baixo, quase um impeditivo para suas pretensões eleitorais. A recondução ao cargo corre forte risco.

Interessante notar que, mesmo criticado por diversos setores da opinião pública, Bolsonaro mantém um fiel séquito de apoiadores. Aumento do custo de vida, inflação, desemprego, violência, escândalos de corrupção no MEC e na Saúde. A “bolha” não se deixa levar pelo senso comum e segue ao lado do presidente.

Indo além, esse grupo - cerca de 20% da sociedade - reforça com ênfase o discurso e a prática do atual presidente e de seu governo. Paralelo a isso, as fake news integram o cotidiano desse grupo. A “pós-verdade” predomina nesse terreno.

Em meio a esse quadro, o titular do Planalto segue falando e agindo exclusivamente para sua bolha. Pior, ele pouco tem trabalhado - na última sexta-feira, por exemplo, ele teve reunião com evangélicos e participou de uma motociata. Enquanto isso, a inflação e o desemprego seguem em alta e o PIB continua esquálido.

A continuar nessa toada, Bolsonaro não conseguirá transcender sua bolha e, assim, perderá mais e mais espaço para Lula. A definição do pleito no primeiro turno vai ganhando forma.

André Pereira César
Cientista Político

Alvaro Maimoni
Consultor Jurídico

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