A política em diferentes frentes - Hold

A política em diferentes frentes

Com os últimos dias de relativa calmaria, o governo Temer conseguiu algum fôlego para tentar fazer avançar sua agenda econômica. Há preocupação especial com a questão previdenciária, um dos principais nós das contas públicas brasileiras. Um grupo de trabalho começa a elaborar um anteprojeto para enviar em breve ao Congresso Nacional. Michel Temer sancionou ainda as novas regras para a nomeação de diretores e conselheiros das estatais. O presidente interino e sua equipe sabem que a economia é o principal desafio e não há espaço para erros.

A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff concluiu a exposição de motivos para que ela não perca o mandato em definitivo. Nos corredores do Senado Federal, porém, comenta-se que é altamente provável que os adversários da petista consigam os 54 votos mínimos necessários para que o impeachment seja sacramentado. O quadro é ruim para Dilma e o PT já trabalha com o pior cenário.
Na Câmara dos Deputados, o presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) cogita da possibilidade de renunciar à presidência para manter o mandato. Aliados do peemedebista fizeram a sugestão a ele, mas o acordo político não assegura a manutenção do mandato. Uma decisão definitiva deverá ser tomada nos próximos dias. É certo, porém, que Cunha perde capital político a cada dia que passa.
A Polícia Federal continua protagonizando operações de grande impacto no mundo político e na mídia. Nos últimos dias, os agentes federais prenderam o doleiro Lúcio Bolha Funaro (ligado a Eduardo Cunha), o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o empresário Fernando Cavendish, e miraram na JBS, na Valec e nas obras do Pan de 2007. Esse protagonismo da PF conta com o apoio de setores da sociedade e deverá continuar nos próximos meses, impactando a política e a economia do Brasil.

O atentado no aeroporto de Istambul, na Turquia, é mais um claro indicativo de que o terrorismo patrocinado pelo Estado Islâmico tem ramificações em todo o planeta. Às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, as autoridades brasileiras precisarão reforçar ainda mais o aparato de segurança do evento. O assunto é sério e delicado.

A decisão do Reino Unido de deixar a União Européia (Brexit) indica um claro movimento de fortalecimento de nacionalistas e xenófobos em todo o planeta. O resultado do plebiscito não apenas estimulará outros países europeus a também se recolocarem no continente como levará grupos separatistas (bascos, catalães, etc) a tentar conquistar maior autonomia. Uma grande reconfiguração geopolítica pode estar em curso e inevitavelmente terá reflexos sobre o Brasil.

No âmbito da política externa brasileira, o Mercosul está sendo revisto pelo governo Temer. O Planalto não vê com bons olhos a Venezuela na presidência rotativa da instituição. Uma espécie de “Braxit” (saída do Brasil do bloco) poderá ocorrer caso não surjam resultados concretos, em especial no que diz respeito ao comércio entre os países integrantes do Mercosul.

Pesquisas indicam que a candidata democrata Hillary Clinton abriu vantagem sobre seu adversário, o republicano Donald Trump. Isso explica, em parte, a mudança de discurso do polêmico bilionário, que está revendo a decisão de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos da América. Clinton é a favorita para as eleições presidenciais e o Brasil deve estar atento ao jogo sucessório norte-americano.

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