Observações sobre a pesquisa Ibope - Hold

Observações sobre a pesquisa Ibope

Após a polêmica em torno da divulgação dos resultados do levantamento, o Ibope
apresentou os números da última pesquisa, contratada pela Rede Globo e pelo Estado
de São Paulo.

*As entrevistas ocorreram dos dias 1 a 3 de setembro. Captaram, portanto, os
primeiros programas da propaganda eleitoral em rádio e televisão, bem como as
inserções nos intervalos comerciais.

*Sem Lula na disputa, Jair Bolsonaro (PSL) passou de 20% para 22% das intenções de
voto. Ele está praticamente estagnado e, com a propaganda em curso, corre o sério
risco da aproximação de seus principais adversários.

*Ciro Gomes (PDT) ganhou três pontos percentuais e passou de 9% para 12%. A
postura incisiva do candidato contribuiu para esse quadro.
*Marina Silva (Rede), a exemplo de Bolsonaro, também estagnou. Sem empolgar o
eleitorado, ela ficou nos mesmos 12% do levantamento anterior.

*O início da campanha na TV beneficiou marginalmente a candidatura de Geraldo
Alckmin (PSDB), que passou de 7% para 9%. Para chegar aos dois dígitos, ele precisa
melhorar sua comunicação e resolver divisões em sua aliança.

*Fernando Haddad (PT) começa a aparecer para o eleitorado. Ele foi de 4% para 6%,
com potencial para crescer muito mais. Seu grande desafio será vincular de maneira
efetiva sua imagem à de Lula e evitar a pulverização dos votos que seriam dados ao expresidente.

*Os demais candidatos seguem como coadjuvantes. A força política do MDB não tem
atuado a favor de Henrique Meirelles (MDB) e a "onda" João Amoêdo (Novo) não se
materializou até o momento. Boulos (PSOL) apesar da militância não tem conseguido
refletir em números de pesquisa.

*Quanto às projeções de segundo turno, Bolsonaro perde para todos os principais
candidatos e empata apenas com Haddad. Esse fato reforça o desejo do capitão
reformado de levar o ex-prefeito para a disputa final e, a partir de então, contar com o
anti-petismo de parte do eleitorado.

*Por fim, os índices de rejeição de Bolsonaro são os mais elevados e estão em alta -
passaram de 37% para 44%. Haddad, que começa a se tornar mais conhecido, também
apresenta esse índice em alta (de 16% para 23%). Entre os líderes, a menor rejeição é
de Ciro Gomes (20%).

*As próximas pesquisas a serem divulgadas serão XP/Ipespe e DataFolha.

André Pereira César
Cientista Político

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