Notas sobre a pesquisa Ibope - Hold

Notas sobre a pesquisa Ibope

Os resultados da mais nova rodada do Ibope foram divulgados na noite de segundafeira.
O levantamento foi realizado em todo o país nos dias 22 e 23 de setembro.

Jair Bolsonaro (PSL) aparece com os mesmos 28% do levantamento
anterior. A pesquisa indica que ele pode ter chegado a seu teto, o que abre a
possibilidade de um sprint final para uma candidatura alternativa de centro-direita.
Esse cenário é improvável, mas não impossível;

O petista Fernando Haddad continua em sua trajetória ascendente. Ele
passou de 19% para 22% e tudo indica que pode crescer ainda mais. A situação do PT
no Nordeste lhe é francamente favorável;

A candidatura de Ciro Gomes (PDT) patina. Ele manteve os mesmos 11%
do levantamento anterior. Sua situação é delicada, pois perdeu espaço para Haddad
junto ao eleitorado de esquerda. A reversão desse quadro é improvável;

Igualmente difícil é a situação de Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano
oscilou de 7% para 8%. Para tentar hoje uma improvável vaga no segundo turno, ele
precisa da união de seu amplo leque de aliados, algo que parece distante. O chamado
"Centrão" dá sinais de que busca alternativas, possivelmente Bolsonaro;

Com minguados 5% das intenções de voto, Marina Silva (Rede) está fora
da disputa;

No segundo turno, Bolsonaro perde para Haddad, Ciro e Alckmin, e
empata com Marina. O capitão aposentado é o "candidato ideal" a ser enfrentado na
rodada final do pleito;

Os índices de rejeição de Bolsonaro explicam em larga medida o
desempenho ruim no segundo turno. Com 46% das citações, ele lidera o quesito.
Haddad tem 30% de rejeição. No caso, Alckmin e Ciro, com índices mais baixos (20% e
18%, respectivamente), podem explorar esse quadro;

Apesar de apresentar números distintos da pesquisa FSB/BTG Pactual
divulgada no mesmo dia, o Ibope revela tendência idêntica - Bolsonaro estagnado e
Haddad em forte ascensão;

Por último, a profusão de pesquisas inegavelmente tem influenciado o
posicionamento do eleitor, que acompanha com atenção o crescimento e a queda dos
candidatos. Esse quadro deve se manter até às vésperas do pleito.

André Pereira César
Cientista Político

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